25 de junho de 2011

« um namorado deu um desafio à sua namorada, de viver um dia sem ele. sem qualquer tipo de comunicação, ele disse que a amaria sempre se ela fizesse isso. a namorada aceitou. ela não lhe ligou nem lhe mandou mensagens o dia todo, sem saber que o namorado tinha apenas 24h de vida, porque estava a sofrer de cancro.
no dia seguinte, ela foi a casa do namorado. 

as lágrimas caíram quando ela o viu deitado com uma nota do seu lado, que dizia: " conseguistes amor. e agora, consegues fazer isso todos os dias? " »

mais de dois mil milhões de pessoas leram este pequeno texto, e eu já o tinha lido mais de dois mil milhões de vezes. mas hoje, hoje foi diferente. hoje tocou-me de uma forma única, como nunca tinha tocado. hoje correu-me uma lágrima pela cara quando li isto. e reli. e voltei a ler. e voltei a reler. e agora, sei-o de cor.
uma simples frase consegue logo trocar-nos as voltas, não é verdade? 
olha que já passou um mês e meio. é verdade, UM MÊS E MEIO. não, não sinto a tua falta, não sinto falta de nada teu. ainda guardo tudo, mas num canto. num canto do meu armário onde sei que nunca vou. guardo as nossas fotografias numa pasta a que muito raramente acedo, e dificilmente sei onde está. e as memórias? essas permanecem. não te preocupes, só guardei as boas! as más, essas, coloquei-as dentro de um baú. não vale a pena estar com ressentimentos de algo que não se possuí e que apenas nos fez crescer. nunca pensei chegar a este ponto, mas como a tua mãe dizia, « ela é muito jovem, ainda não sabe o que quer da vida ». sim, eu sei que a tua mãe gostava de mim, muito até, não querendo parecer convencida. ela sabia que comigo, lá no fundo, estavas protegido, estavas em casa. a tua mãe, no fundo, sempre soube que o teu lugar era aqui, comigo. por isso te depositou tamanha confiança. olha que pode parecer estúpido e toda a gente diz que sou parva ao dizer isto depois de tudo o que aconteceu, mas eu até gosto de ti, pequenito. olha que até deveria ter a sua piada ter-te no meu círculo de amigos, poder partilhar contigo as coisas que faço, poder até convencer a tua mãe a vires aqui passar uma semanita no verão para estarmos os dois juntos, como grandes amigos! mas o teu orgulho não o permite. nunca permitiu. o teu egocentrismo e possessividade nunca permitiram que fosses feliz como gostarias. nunca te permitiram que tivesses uma namorada como realmente querias, ou aquelas que o eram, tu nunca as amaste. nunca te permitiram dar liberdade ao teu coração de poder voar por esse mundo fora. nunca te permitiram que soubesses aproveitar a vida da forma que deverias, com os teus poucos 17 anos de inicio de uma vida. sempre te obrigaram a planear tudo ao pormenor, e a fazer tudo com regras e seguido à risca. de certeza que já ouviste a famosa frase "se seguires as regras à risca, perderás toda a diversão". mas para ti, era indiferente. vivias num mundo só teu, onde apenas tu reinavas e poucos eram aqueles que lhe conseguiam aceder. isso destruiu-te tantas e tantas vezes, e tu cego, completamente possesso com verdades que apenas tu vias e muitas vezes fruto da tua imaginação de planos de uma vida perdida entre jogos e lamentações. um rapaz como tu, que já por tanto passou, não deveria ser assim. deverias dar um pouco mais de espaço e liberdade a ti próprio, pois nem sempre nos fecharmos numa bolha inquebrável só nossa é solução. sempre tentei ajudar-te a libertares-te, a seres tu mesmo, livre, de sorrisos puros e sinceros e com uma vida não-planeada, levada com o vento, tal como as palavras, essas que te disse, das quais gastei o meu latim, a minha saliva e o meu mais puro sentimento para te fazer perceber que terias uma vida pela frente e não a estarias a aproveitar. mas não, terias de levar sempre a tua avante. e hoje? hoje não sei como estás, não sei quem és. não te contacto à imensas semanas, mas pareces-me bem. sei que te recordas de mim algumas vezes, porque a nossas ligação sempre nos permitiu sabê-lo. aqueles nossos "dons" sempre nos permitiram aceder aos pensamentos um do outro, como se de um livro se tratasse.
mas sabes que mais? desejo-te o melhor, e se um dia nos encontrarmos, por muito que me desprezes, eu irei lançar-te um enorme sorriso. um sorriso sincero. porque farás sempre parte de mim, porque fui das poucas que mereci o teu melhor, e sabes porquê? porque soube SEMPRE lidar com o teu pior.

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